E lá se vai o empreendimento, deixando para trás a perplexidade e alguns cones solitários
Imagem: material cedido ao DC
No universo das obras públicas do Distrito Federal, um enigma paira sobre Ceilândia e Sol Nascente: o caso das empreitadas incompletas. Enquanto o coração pulsante da capital, Brasília, ostenta sua grandiosidade, pergunta-se: onde está o truque mágico que faz as empresas evaporarem deixando as obras na metade?
Abra a cortina, acenda os holofotes, e apresentem-se os malabarismos das obras em andamento, ou melhor, em não-andamento nas periferias da capital federal!
Mistérios à parte, é nas vias de Ceilândia e Sol Nascente que o script se repete. Asfaltos interrompidos, redes elétricas em compasso de espera e as águas pluviais… bem, às vezes até parece que chovem dúvidas sobre onde foi parar o restante da construção.
Os habitantes desses bairros já se tornaram verdadeiros detetives, rastreando pistas que levam a uma conclusão inevitável: empresas contratadas pelo GDF desaparecem do mapa com a mesma destreza de um coelho em um truque de mágica. Poof! E lá se vai o empreendimento, deixando para trás a perplexidade e alguns cones solitários.
Se na região central os tapetes asfálticos são estendidos com a precisão de um relojoeiro suíço, nas franjas da cidade, há quem diga que o script parece mais um roteiro de comédia. Um espetáculo de “meio asfalto, meio...onde ele foi parar mesmo?”.
E assim, entre risadas e suspiros, o enredo das obras inacabadas se desdobra. Enquanto o centro de Brasília desfruta de infraestrutura completa, as periferias parecem ser palcos de uma peça de teatro improvável, onde o cenário está sempre em construção, mas nunca de fato pronto.
Ao som da trilha sonora das reclamações dos moradores, o mistério persiste: por que os truques de sumiço das empresas não são tão aplaudidos quanto os truques de mágica? Talvez seja hora de tirar o coelho da cartola e trazer soluções reais para as histórias inacabadas das obras públicas.
E assim, enquanto aguardamos o desfecho desse espetáculo peculiar, fica a certeza de que a comédia das obras pela metade continuará a arrancar risos e suspiros, transformando-se em parte da paisagem urbana e das conversas cotidianas.
Por Douglas Protázio